Mate-se, por favor! (ou, Vomitorial)

Vocês podem imaginar o que a ararinha-azul e alguns “tipos” do underground de São Paulo tem em comum?Em verdade vos digo, ambos gostam de exibir sua plumagem multicolorida aos olhos dos expectadores e, os dois estão, sem perceber, em franca extinção.Pois é, escancarando a minha eterna insatisfação com o mundo moderno, chego a este “vomitorial”, confessando que fui coadjuvante de várias facetas desanimadoras do underground paulistano nos últimos anos. Peculiaridades que fariam o mais ardoroso militante alternativo tombar prostrado sob os próprios joelhos.Eu estava lá, presente, quando muitos ditos ícones da cena, intitularam-se peças fundamentais, e tomaram para si, como um ditador italiano, a “virtude” da importância.Arautos da verdade absoluta do Rock, que teimam em encher meus ouvidos e o meu saco com despautérios do tipo:-“Somos mais conhecidos, somos mais famosos, tocamos melhor e merecemos tratamento diferenciado da plebe roqueira!”.Os asquerosos conchavos, por sua vez, foram furtivamente institucionalizados na cena, rebatizados com todo o cuidado de cooperativas, sindicatos, clubes e etc.A partir da idéia de “dividir & conquistar”, formaram-se núcleos bairristas, onde se exercita todo tipo de nepotismo vicioso, ou como eu “gosto” de chamar: fundamentalismo roqueiro, que mantém girando a seu bel prazer o carrossel dos favores, da aparência e da difamação daqueles que não fazem parte de tais confrarias.O underground aqui é quase um sinônimo para “partido político”, onde cada um sobe em seu palanque e defende suas meias verdades.Ouvi tanto que conclui, no auge dos meus trinta e seis anos, que o underground paulista é uma mentira, um faz de conta digno de um escritor de fábulas infantis, com pessoas de mentira, bandas de mentira, casas de show de mentira e fanzines de mentira.Onde estão as verdades e os verdadeiros afinal?Ai de mim, pois eu estava lá, assistindo de camarote os ícones do underground se transformarem de “médico à monstro”.Bandas e pessoas que estão na cena a mais de 20 anos, orgulhando-se de serem fundadores do Rock underground em São Paulo, e realmente o são, mas não percebem ou, não querem perceber que, também foram eles que plantaram e regam até hoje as sementes viciosas de tudo que rola no Punk, no Hardcore e no Metal paulistano. Nunca fizeram praticamente nada de valor substancial nem pelo Rock, nem pela sociedade. Fazem apenas política para se manter respirando numa cena agonizante, lutam por migalhas porque reconhecem no seu íntimo, a grandeza da própria incompetência.No fundo, todos querem que seu ego seja massageado pelas mãos aveludadas do sucesso:-“Me amem e, amem a minha adorável e pusilânime banda de Rock!”.Entre outras relevâncias, estou editando um blog, mesmo que num insight reacionário, venho considerando, 97% da internet como habitat natural de tarados e imbecis patológicos, e os poucos leitores que acompanharam a trajetória das minhas publicações em papel, devem ter percebido que deliberadamente diminui o espaço reservado à divulgação de bandas, aumentando assim, a parte que cabe à arte escrita.As poucas bandas que divulgarei de hoje em diante, estarão no blog apenas por eu achar que elas tem algo a passar ao leitor, ou pelo menos, se me despertarem alguma curiosidade musical ou temática.Boa navegação!!!!!

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